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terça-feira, 18 de junho de 2013

Comerciantes da região do Largo da Batata deixam de lucrar até 30% devido à manifestação

Segundo o Instituto Data Folha, cerca de 65 mil manifestantes ocuparam as principais ruas da cidade...

Camila Moura
Por volta das 16h, o movimento no metrô Faria Lima já era intenso. Funcionários que trabalhavam na região foram dispensados em virtude do 5º Ato Contra o Aumento das Passagens.

Por volta das 16h, o movimento no metrô Faria Lima já era intenso. Funcionários que trabalhavam na região foram dispensados em virtude do 5º Ato Contra o Aumento das Passagens.

SÃO PAULO - Com a manifestação da última segunda-feira (17), no Largo da Batata (zona oeste), os comerciantes da região tiveram que fechar porta vota das 16h e afirmam ter perdido até 30% das vendas do dia. Segundo o Instituto Data Folha, cerca de 65 mil manifestantes ocuparam as principais ruas da cidade, exigindo a revogação do reajuste que elevou a tarifa dos transportes públicos de R$ 3,00 para R$ 3,20.
Por volta das 16h, o movimento no metrô Faria Lima já era intenso. Funcionários que trabalhavam na região foram dispensados em virtude do 5º Ato Contra o Aumento das Passagens.
Os comércios da região também se preparavam para encerrar o expediente mais cedo. A loja Collins, e os restaurantes Carmani e Yoi! Rolls & Temaki, localizados na Av. Brigadeiro Faria Lima, altura do nº 1237, já estavam fechados por volta das 15h30.
No entorno do Largo, funcionários do Magazine Luiza aguardavam ordens da Regional Centro-Oeste que avisaria se seriam ou não dispensados. Segundo uma das vendedoras que não quis se identificar, na última manifestação todos foram liberados as 16h.
Na Lanchonete do Barão, o expediente também seria encerrado cerca de seis horas antes do habitual, o que representou uma perda de 30% do balanço diário. “No outro protesto, deixamos de vender em média cinco engradados de cerveja, além dos lanches e porções” afirmou o funcionário, José Carlos Moura.
O gerente do supermercado Futurama, Davi de Oliveira, afirmou que as perdas giram em torno de 20 à 30%. “Todo mundo compra alguma coisa quando sai do trabalho. Hoje já estão sendo dispensados e o medo faz com que elas se apressem para ir  embora”, disse.
Na Cacau Show, a gerente Advanir Andrade, trabalhava sozinha na loja e admitiu estar "com medo da ação de possíveis baderneiros”. Segundo ela, cerca de 50% do movimento seria prejudicado naquele dia, com o fechamento da loja às 16h.
Dois proprietários de bares afirmaram que perdem cerca de R$2 mil cada, por permanecerem fechados entre as 17 e as 23 horas. “Cerca de 30% do lucro do dia é prejudicado”, afirmou Ademir Inácio, proprietário do Still Burger.
Já para o comerciante Edvaldo Batista, proprietário da Lanchonete Amizade, 20% da cerveja é vendida no happy hour, quando as pessoas saem do trabalho. Batista afirma que o fato de ser uma segunda feira não interfere na venda de bebidas alcoólicas.
Ao contrário da maioria, o dono da Bombonieri Tajik, Maurício Martins, reabriu seu estabelecimento para atender as pessoas que se concentravam ali. Enquanto todos estavam fechados, Martins atendeu quatro vezes mais que em dias  comuns e representou cerca de 50% do movimento do dia. O estabelecimento permaneceu aberto até as 20h. “A intenção foi dar apoio ao movimento e à reivindicação das pessoas que estavam no protesto”, afirmou o comerciante.
O dono do Bar DipPrimeira, Heron Baptista, não pretendia fechar o estabelecimento. Para ele, o protesto também rendeu lucros. “Na ultima manifestação ocorrida aqui no Largo da Batata, o pessoal veio fazer um ‘esquenta’ e gastaram mais de R$400 reais”, afirmou. Nesta segunda, ele esperava faturar no mínimo, R$150,00 a mais que em outros dias, entre porções e bebidas.
Tanto o Movimento Passe livre, quanto a Secretária de Segurança Pública e a Polícia Militar ainda não divulgaram a quantia exata de pessoas que participaram da manifestação. Segundo pesquisa Datafolha, cerca de 65 mil pessoas foram às ruas, mas há quem fale em 200 mil manifestantes espalhados pelas principais ruas e avenidas na capital paulista

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